A cabana.

Segunda-feira, dia 16 de Abril, um dia antes de completarmos um ano de namoro. Estava largada no sofá, com aquele pijama desbotado do tempo, com uma xícara de café, só esperando você chegar e perguntar como foi seu dia. Você chega, correndo e me puxando pelo braço, me fazendo levantar tão rápido a ponto de sujar o sofá e o meu pijama de café dizendo:

- Desculpa, abraça aqui.

 

Eu sem entender muita coisa o abraço e escuto um sussurro perto do pescoço:

- Arruma a mala, que vamos sair por uns dias, nem me pergunte pra onde, porque sinto lhe informar que é surpresa e nem ouse negar o meu pedido.

- Está louco? Temos que estar amanhã aqui para a reunião de família com a sua mãe e com certeza ela faz muita questão da nossa presença. Falo balançando a cabeça negativamente.

Ele me olha nos olhos e me diz calmamente:

- No caminho pra cá liguei pra ela, acredita que ela nem se importou? Com um sorriso irônico.

Ele sai correndo me chamando, e lá vou eu atrás para saber de onde ele tirou essa ideia maluca, mas concordo com tudo e começo a arrumar a mala, sem saber se coloco biquíni, ou casado, bota ou havaiana. E escuto-o gritando do banheiro, enquanto toma banho que é pra eu colocar casaco e bota. Me arrumo toda, o espero sair do banho, pegamos o carro e saímos. Apreensiva e muito curiosa para saber o destino dessa viagem louca e de última hora. Depois de uma hora e meia de viagem, eu durmo e acordo com ele passando a mão em mim e dizendo “- Chegamos.” Abro os olhos tão rápido e vejo uma cabaninha, com um pano de piquenique, algumas comidas. Olho atentamente para tudo, pensando “Como ele pensou nisso tudo? Como organizou isso?” Tudo com tanto carinho, algumas rosas espalhadas pelo chão onde tinha uns matinhos. Depois de comermos, fiz questão de ficar deitada no seu peito e perguntar:

- Amor, porque dessa viagem?

 

- Deu vontade de sumir contigo, só pra ficar olhando pra você e dizer o quanto sou feliz com nossa atual situação, por você ter aparecido e ter feito a diferença. Só isso.

Dormimos abraçados, e acordei sem ele do lado. Levantei e sai da cabana e vi feito no chão de rosas “Feliz um ano de namoro.” A vontade de chorar tomou conta de mim, e só de pensar que mudei a minha vida para viver ao lado dele, enfrentando todos os nossos familiares. Cartazes nas arvores escritos “Te amo amor.” “Que seja mais 1, 2, 3 e a vida inteira ao seu lado.” Ele me olhava com tanta delicadeza, tanto amor, só esperando uma reação minha. E ao vê-lo se aproximar meu coração acelerou, como se fosse à vez do primeiro beijo, mas não, aquela era a boca que queria beijar o resto da vida, aquele era o cabelo que eu queria fazer cafuné, mesmo não sabendo, aquele que queria abraçar nos dias de chuva. Eu poderia ter me apaixonado por qualquer outro da faculdade, da minha rua, ou até do trabalho, mas não, ele me encontrou e não vai me largar, espero eu.

(Andreza Mônica)

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